CARACTERIZAÇÃO DA FREQUÊNCIA E DO PERFIL IMUNOFENOTÍPICO DE MICROVESÍCULAS CIRCULANTES E PRESENTES NA URINA E NO SANGUE DE PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61229/mpj.v2i1.37

Palavras-chave:

Câncer, Microvesículas, Biomarcador, Biópsia Líquida

Resumo

Globalmente, o câncer é considerado um dos maiores desafios para aumento da expectativa de vida. Apesar de ser um termo que abrange mais de 100 grupos de doenças, todas começam da mesma forma: há um crescimento anormal e descontrolado de células malignas que posteriormente adquirem a capacidade de se espalhar para outros órgãos e tecidos. Atualmente, o microambiente tumoral tem se mostrado importante na compreensão do desenvolvimento do tumor ao ser composto por células anormais, normais e outros elementos que podem contribuir para a progressão neoplásica. Fragmentos presentes nesse ambiente e liberados de células viáveis ou danificadas como as microvesículas (MV) podem ser consideradas uma das primeiras linguagens usadas pelas células para se comunicarem e induzir processos importantes para a estabilização do tumor¹. Essa característica contribui como ferramenta de diagnóstico e a alternativa clínica promissora para identificar esses biomarcadores é a biópsia líquida: um método menos invasivo e que permite monitorar tumores em tempo real². Entre os tipos de câncer, o câncer colorretal (CCR) vem aumentando sua incidência e mortalidade no Brasil nos últimos anos, ocupando o terceiro lugar entre os mais frequentes em homens e mulheres. Esses valores são justificados pelas características inespecíficas e a falta de um diagnóstico precoce dessa doença. Nessa neoplasia, as MV parecem estar diretamente relacionadas com o desenvolvimento tumoral, com alguns estudos demonstrando que a inibição da liberação de MV tumorais pode representar uma forma de interferir no encadeamento do tumor e na quimiorresistência³. Assim, o objetivo desse trabalho é caracterizar a frequência e o perfil imunofenotípico de microvesículas circulantes do sangue periférico e na urina de pacientes com câncer colorretal. O presente projeto recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Mário Penna (CAEE: 71476123.00000.5121). Para cumprir com os objetivos, um biorrepositório está sendo desenvolvido, onde amostras de sangue e urina são colhidas de pacientes voluntários do Instituto Mário Penna. As amostras são processadas de acordo com os critérios da bioética e biossegurança, garantindo a qualidade da amostra, visando análises futuras do perfil imunofenotípico. A avaliação da frequência e do perfil imunofenotípico das microvesículas (MV) será realizada por citometria de fluxo. O perfil de microvesículas de pacientes com câncer colorretal será relacionado com o perfil clínico apresentado nas amostras. Até o momento, foram colhidas quatorze amostras, contemplando sete mulheres (50%) e sete homens (50%) com uma faixa etária variando de 36 a 80 anos. A maioria dos tumores eram adenocarcinoma de cólon moderadamente diferenciado (43%)  e quatro pacientes apresentaram metástases no fígado, pulmão, rim e endométrio (28,6%). A história familiar foi encontrada em cinco pacientes, indicando a importância do fator genético e a necessidade de rastreio nas famílias. As amostras do biorrepositório servirão como ferramentas para futura análise do perfil imunofenotípico e caracterização de microvesículas circulantes, gerando assim informações com o intuito de se fazer possível a utilização de métodos minimamente invasivos para um diagnóstico mais rápido e melhora de terapias direcionadas em pacientes com câncer colorretal.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Anna Carolina Almeida de Paula, Insituto Mário Penna

Graduada na Faculdade de Minas - FAMINAS em Biomedicina. Aluna de iniciação científica no Centro de Desenvolvimento da TecnologiaNuclear (CDTN).

Jorge Gomes Goulart Ferreira, Instituto Mário Penna

Biomédico Mestre e Doutor em Biologia Celular e Molecular pelo Centro de Pesquisas René Rachou/Fiocruz. Possuí pós-graduação em Biotecnologia. Atualmente é pesquisador de pós-doutorado no Instituto de Ensino, Pesquisa e Inovação-IEPI do Instituto Mário Penna, atuando com pesquisa translacional em oncologia. Responsável técnico substituto na Loci Genética Laboratorial e docente na Faculdade de Minas - FAMINAS BH. Possui experiência nas áreas de biologia molecular, imunologia, virologia, genética laboratorial e docência.

Danilo Roberto Carvalho Ferreira, Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear

Atualmente, doutorando no programa de Ciência e Tecnologia dos Radiações, Minerais e Materiais no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) com mestrado pelo mesmo programa de pós-graduação. Bacharel em Bioquímica pela Universidade Federal de São João Del-Rei (2018) e técnico em Análises Clínicas pelo Colégio Técnico (COLTEC) da UFMG (2013). Tem experiência na área de Bioquímica, atuando principalmente nos temas: nanobiotencologia, biocompatibilidade in vitro, biossensor, grafeno, nanoparticulas magneticas e poliméricas .

Estefânia Mara do Nascimento Martins, Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear

Bióloga, com doutorado em Ciência Biológicas, ênfase em Micologia Médica (UFMG/2012) e mestrado (CDTN/2007) em Ciências e Tecnologia das Radiações e Materiais. Foi pós doutoranda residente do Departamento de Microbiologia e Imunologia da "Albert Einstein College of Medicine - Yeshiva University, NY/EUA (2012-2013) e do setor de nanomateriais do CDTN/CNEN (2014-2022). Atualmente é pesquisadora colaboradora junto ao Laboratório de Química das Nanoestruturas de Carbono (CDTN/CNEN), professora assistente do Programa de Pós-graduação do CDTN e professora adjunta da Faculdade Ciência Médicas e Minas Gerais (FCM-MG). Membro das seguintes Redes: Rede Mineira de Nanomedicina Teranóstica (FAPEMIG RED-00079-22); Rede Mineira de Pesquisa Translacional em Oncologia (FAPEMIG RED00059-23); Rede Mineira de Pesquisa em Materiais Bidimensionais e suas Aplicações (FAPEMIG RED-00079-23). Subcoordenadora dos Projetos de pesquisa FINEP-29374 e FINEP-Doenças negligenciadas - 01/2021. Atua, principalmente, no desenvolvimento de compostos nanoestruturados de carbono e ouro associados à biomoléculas para uso em diagnóstico e terapia do câncer e das doenças infecciosas. Tem vasta experiência em laboratórios de pesquisa atuando nas áreas: microbiologia médica, biologia celular e molecular, nanocomplexos e nanocompósitos de nanotubos de carbono/grafenos e ouro, nanociência, nanotoxicologia e nanobiotecnologias. No âmbito da educação superior vem atuando nos seguintes temas: microbiologia geral e médica, citologia e histologia básica, patologia geral, biossegurança, metodologia científica e escrita científica; na Pós-graduação: tópicos especiais em citometria de fluxo e nanobiotecnologias.

Leticia da Conceição Braga, Laboratório de Pesquisa Translacional em Oncologia, Instituto Mário Penna, Belo Horizonte, MG, Brasil

Bióloga, mestre em Genética pela Universidade Federal de Minas Gerais, Doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP e Pós-Doutora em Drug Discovery em Oncologia. MBA em Gestão de Negócios pela USP-ESALQ. Co-fundadora da startup OncoTag. Com sua experiência tem batalhado em prol do desenvolvimento do empreendedorismo científico e inovação no Brasil. Atualmente é coordenadora do Laboratório de Pesquisa Básica e Translacional do Instituto Mário Penna, atuando nas linhas de pesquisa em Oncologia de precisão e medicina translacional, com ênfase nos seguintes temas: genômica e transcriptômica tumoral, análises bioinformáticas de sequências de DNA e RNA e análise de expressão gênica diferencial e sinalização relacionadas à fatores prognósticos e preditivos do tratamento radioquimioterápico. Docente credenciada como colaboradora voluntária da Pós-graduação em Ciências Morfofuncionais da UFSJ e Genética da UFMG. Recebeu vários prêmios e menções honrosas como cientista e empreendedora, dentre eles destacam-se: II Prêmio Fleury de Inovação, Destaque no Demoday InovAtiva Brasil, Prêmio Carlos Ribeiro Diniz (Funed), Mérito Docente UNA e Prêmio Francisco Mauro Salsano - Genética humana. Membro Allied Doctoral Scientist da Sociedade Americana de Oncologia (ASCO) e membro Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos EVA.

Alice Capobiango, Laboratório de Pesquisa Translacional em Oncologia, Instituto Mário Penna, Belo Horizonte, MG, Brasil

Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais(1985), especialização em Coloproctologia pela Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - Serviço de Coloproctologia(1989), especialização em Homeopatia pelo Insituto Mineiro de Homeopatia(1999), mestrado em Programa de Pós-Graduação em Cirurgia pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais(2008) e residencia-medicapela Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais(1988). Atualmente é Médica Cirurgiã da Hospital Luxemburgo, Membro do Corpo Clínico da Hospital Mater Dei e Membro do Corpo Clínico da Hospital Mário Penna. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Cirurgia. Atuando principalmente nos seguintes temas:PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV), DOENÇAS DO ÂNUS/VIROLOGIA, COLO UTERINO, REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR). 

Alexandre Miranda Silveira, Laboratório de Pesquisa Translacional em Oncologia, Instituto Mário Penna, Belo Horizonte, MG, Brasil

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (2003). Realizou residência médica em Cirurgia Geral no Hospital das Clínicas da UFMG e Residência Médica em Coloproctologia no IPSEMG . Titulo de Especialista em Endoscopia Digestiva pela SOBED. Atualmente é coloproctologista do corpo clínico do Hospital Life Center, preceptor de residência médica em Cirurgia Geral do Hospital Luxemburgo e preceptor de residência médica em Coloproctologia do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais - IPSEMG. Cirurgião Geral do setor de politraumatizados do Hospital João XXIII. Tem experiência na área de coloproctologia, cirurgia do trauma e endoscopia digestiva diagnóstica e terapêutica. Apresenta especial interesse em cirurgias oncológicas.

Clascídia Aparecida Furtado, Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear

Bacharelado (1994) e doutorado (1998) em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais e pós-doutorado (2003) pela The Pennsylvania State University, EUA. Foi pesquisadora visitante no Centre de Recherche Paul Pascal CRPP/CNRS - Universidade de Bordeaux-I, França. É pesquisadora do Serviço de Nanotecnologia do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN), sendo uma das coordenadoras do Laboratório de Química de Nanoestruturas de Carbono - LQN/CDTN-SisNANO, e professora no Programa de Pós-Graduação do CDTN. Foi membro da Câmara de Assessoramento de Ciências Exatas e dos Materiais (CEX) da FAPEMIG e membro do Comitê Gestor de uma das Redes Nacionais de Nanotoxicologia. Atualmente, é vice-diretora da Divisão de Química de Materiais da Sociedade Brasileira de Química (DQM/SBQ). Tem experiência nas áreas de Química da Matéria Condensada e Ciência dos Materiais, atuando principalmente nos temas: manipulação química de nanomateriais de carbono (purificação, dispersão, esfoliação, funcionalização, formação de híbridos, nanocomplexos e nanocompósitos de nanotubos de carbono e grafenos), nanociência e nanotecnologia.

Referências

¹Bonanno, L., Dal Maso, A., Pavan, A. et al. Biópsia líquida e câncer de pulmão de células não pequenas: estamos olhando para a ponta do iceberg? Br J Câncer 127, 383–393 (2022).

DOI: https://doi.org/10.1038/s41416-022-01777-8 DOI: https://doi.org/10.1038/s41416-022-01777-8

https://www.nature.com/articles/s41416-022-01777-8

²Ratajczak MZ, Ratajczak J. Extracellular microvesicles/exosomes: discovery, disbelief, acceptance, and the future? Leukemia. 2020.

DOI: https://doi.org/10.1038/s41375-020-01041-z DOI: https://doi.org/10.1038/s41375-020-01041-z

https://rdcu.be/c7fJt

³Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, out./dez. 2016. Da Silva, M., Ruggero Errante, P. Câncer colorretal: fatores de risco, diagnóstico e tratamento.

http://revista.unilus.edu.br/index.php/ruep/article/view/765.

Downloads

Publicado

16/08/2024

Como Citar

Anna Carolina Almeida de Paula, Gomes Goulart Ferreira, J., Roberto Carvalho Ferreira, D., Mara do Nascimento Martins, E., da Conceição Braga, L., Capobiango, A., Miranda Silveira, A., & Aparecida Furtado, C. (2024). CARACTERIZAÇÃO DA FREQUÊNCIA E DO PERFIL IMUNOFENOTÍPICO DE MICROVESÍCULAS CIRCULANTES E PRESENTES NA URINA E NO SANGUE DE PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL. Mário Penna Journal, 2(1), 118–120. https://doi.org/10.61229/mpj.v2i1.37

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)