CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL IMUNOLÓGICO EM PACIENTES COM CARCINOMA SEROSO DE ALTO GRAU

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61229/mpj.v2i1.38

Resumo

Introdução: O câncer é um problema de saúde global, responsável por milhões de mortes todos os anos. Dentre os cânceres ginecológicos, o câncer de ovário (CO) apresenta as maiores taxas de mortalidade e letalidade. A falta de sintomas precoces, rastreio inadequado, dificuldades de tratamento e a resistência aos medicamentos colaboram para estas taxas. Nesse sentido, muitos estudos são realizados para otimizar a caracterização do CO e direcionar a terapia. No estágio avançado desse câncer, o acúmulo de líquido no abdômen, conhecido como ascite, é uma ocorrência comum. O líquido ascítico (LA) contém componentes celulares e moleculares que contribuem para a progressão da doença. Objetivo: O objetivo deste projeto é a caracterização estrutural e funcional dos componentes celulares e moleculares do líquido ascítico de pacientes com CO para uma melhor caracterização da doença e identificação de biomarcadores que contribuam para melhoria do manejo clínico.  Material e métodos: O presente projeto recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (CAEE: 36558720.1.1001.5149). Para cumprir os objetivos propostos, está sendo construído um biorrepositório, onde são colhidos 50 mL de LA ou lavado peritoneal (LP) das participantes da pesquisa. A fração celular e o fluido são separados por centrifugação. O fluido resultante é aliquotado e congelado a uma temperatura de -80°C para posterior análise de fatores solúveis ou para uso em experimentos in vitro. Os elementos celulares são devidamente processados e congelados a -80°C, visando análises futuras do perfil imunofenotípico. A avaliação da frequência e do perfil imunofenotípico de células e microvesículas (MVs) será realizada por citometria de fluxo. O perfil de citocinas presentes nessas amostras também será determinado através da metodologia Luminex. Os dados obtidos serão relacionados aos dados clínicos das pacientes para caracterizar a relevância clínica. Resultados:  Até o presente momento o biorrepositório possui amostras de 27 pacientes, sendo 14 amostras de líquido ascítico e 13 de lavado peritoneal. A idade média das participantes é de 59,5 anos, sendo que o extremo inferior é de 25 anos e o superior de 88 anos. O sítio primário mais comum são os ovários, sendo que o subtipo mais comum é o carcinoma pouco diferenciado, tendo também uma predominância considerável dos tumores do tipo adenocarcinoma. Acerca dos sintomas mais comuns apresentados cita-se: aumento do volume abdominal, dor abdomino-pélvica, perda de massa ponderal e alterações urinárias. Discussão: O desenvolvimento do biorrepositório de amostras de LA e LP das pacientes com câncer de ovário, possibilitará a análise dos componentes encontrados na ascite. A caracterização dos componentes celulares e moleculares presentes no líquido ascítico do CO contribuirá para o desenvolvimento de metodologias mais acessíveis para serem integradas ao sistema de saúde público e suplementar à terapia personalizada para mulheres.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eduardha Santos Temponi Barroso, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil

Atualmente está no 5 período de medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ligante na liga de imunologia da UFMG, a imunoliga. Participa do projeto de extensão Catas Altas

Ana Beatriz Ramos do Nascimento, Laboratório de Pesquisa Translacional em Oncologia, Instituto Mário Penna, Belo Horizonte, MG, Brasil

Graduação em andamento na Universidade FUMEC e Iniciação Científica no Instituto Mario Penna em Belo Horizonte MG

Leticia da Conceição Braga, Laboratório de Pesquisa Translacional em Oncologia, Instituto Mário Penna, Belo Horizonte, MG, Brasil

Bióloga, mestre em Genética pela Universidade Federal de Minas Gerais, Doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP e Pós-Doutora em Drug Discovery em Oncologia. MBA em Gestão de Negócios pela USP-ESALQ. Co-fundadora da startup OncoTag. Com sua experiência tem batalhado em prol do desenvolvimento do empreendedorismo científico e inovação no Brasil. Atualmente é coordenadora do Laboratório de Pesquisa Básica e Translacional do Instituto Mário Penna, atuando nas linhas de pesquisa em Oncologia de precisão e medicina translacional, com ênfase nos seguintes temas: genômica e transcriptômica tumoral, análises bioinformáticas de sequências de DNA e RNA e análise de expressão gênica diferencial e sinalização relacionadas à fatores prognósticos e preditivos do tratamento radioquimioterápico. Docente credenciada como colaboradora voluntária da Pós-graduação em Ciências Morfofuncionais da UFSJ e Genética da UFMG. Recebeu vários prêmios e menções honrosas como cientista e empreendedora, dentre eles destacam-se: II Prêmio Fleury de Inovação, Destaque no Demoday InovAtiva Brasil, Prêmio Carlos Ribeiro Diniz (Funed), Mérito Docente UNA e Prêmio Francisco Mauro Salsano - Genética humana. Membro Allied Doctoral Scientist da Sociedade Americana de Oncologia (ASCO) e membro Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos EVA.

Luciana Maria Silva, Serviço de Biologia Celular do Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento, Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Bióloga pela Puc-Minas, possui mestrado em Ciências Técnicas Nucleares pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002) e doutora em Biologia Celular pela Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência na área de Morfologia, com ênfase em Citologia e Biologia Celular, atuando principalmente nos seguintes temas: Biologia Celular, Cultivo in vitro de células animais, Cultura primária de células, câncer, medicina translacional, células-tronco do câncer, heterogeneidade celular, "Scale-up" de células animais para produção de produtos biológicos. Pesquisa de vias de sinalização celular relacionados a quimioresistência e agressividade dos tumores humanos. Atualmente é chefe do Serviço de Biologia Celular da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Ezequiel Dias e sócia Fundadora da startup OncoTag que atua na Pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços oncológicos. Atualmente é docente titular mestrado em Biotecnologia da Funed e credenciada como docente no programa de pós-graduação em genética do ICB/UFMG. Participa de ações para divulgação e popularização da ciência, sendo pesquisadora colaboradora do programa Funed na Escola e do perfil Mundo das Células do Instagram.

Eduardo Batista Cândido, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Possui Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - (2000), Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia (2003), Especialização em Oncologia Ginecológica (2005) e Residência Médica em Endoscopia Ginecológica (2007) pelo Hospital das Clínicas - UFMG. Mestre em Ginecologia, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP (2006), sob orientação do Prof. Dr. Paulo Traiman. Doutor em Saúde da Mulher pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2011), sob orientação do Prof. Dr. Agnaldo Lopes da Silva Filho. Atualmente é Professor Adjunto do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Também é membro da diretoria da SOGIMIG (Associação dos Ginecologistas e Obstétras de Minas Gerais desde 2011), sendo diretor Científico na Atual Gestão. Membro da CNE (Comissão Nacional de Especialidades) de Ginecologia Oncológica da FEBRASGO. Membro efetivo da Pós-Graduação em Saúde da Mulher da UFMG desde 2016. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Ginecologia, atuando principalmente com Oncologia Ginecológica e Endoscopia Ginecológica.

Referências

Tratado de ginecologia Febrasgo / editores Cesar Eduardo Fernandes, Marcos Felipe Silva de Sá; coordenação Agnaldo Lopes da Silva Filho ...[et al.]. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2019.

Berek J, Hacker N. Berek and Hacker’s gynecologic oncology.

Berek JS, Renz M, Kehoe S, Kumar L, Friedlander M. Cancer of the ovary, fallopian tube, and peritoneum: 2021 update. Int J Gynecol Obstet. outubro de 2021;155(S1):61–85. DOI: https://doi.org/10.1002/ijgo.13878

Downloads

Publicado

16/08/2024

Como Citar

Gomes Goulart Ferreira, J., Santos Temponi Barroso, E., Ramos do Nascimento, A. B., da Conceição Braga, L., Silva, L. M., & Batista Cândido, E. (2024). CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL IMUNOLÓGICO EM PACIENTES COM CARCINOMA SEROSO DE ALTO GRAU. Mário Penna Journal, 2(1), 115–117. https://doi.org/10.61229/mpj.v2i1.38

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)